domingo, 9 de fevereiro de 2014

Esta tragédia que aconteceu no Meco, tem servido e muito à comunicação social para fazer das praxes um bicho muito mau e para lixar ainda mais o nome de uma universidade que tem visto a sua credibilidade ir por água abaixo. 
Eu falo pela experiência que tenho, já fui praxada em duas universidades que correspondiam a cidades diferentes. Em nenhuma das duas, me senti ameaçada em algum nível nem humilhada. Já levei com farinha, com ovos, já fiz figuras estranhas, já berrei, já cantei muito, já passei muito tempo de quatro, mas nunca assinei nada, nunca fui obrigada a estar na praxe, se estava lá era porque queria e porque estava ciente de que aquele processo era necessário para estar presente em outras actividades que me interessavam, como o cortejo (que é assim a melhor parte de todas para mim!) e porque na realidade, faz parte não de uma experiência de vida onde se aprende a respeitar as hierarquias como disseram, não vejo a praxe nesse sentido, mas sim como algo que faz parte daquela etapa e que, se entrarmos no espírito da brincadeira, se torna engraçado para nós.
Esta é a minha opinião, e há que realçar, que felizmente, na minha universidade as praxes são mais levadas para a brincadeira e que nada têm de mal, contudo eu tenho amigos que vão estando mais ou menos espalhados pelo país, e vou sabendo de histórias de praxes em que realmente nada têm a ver com aquelas que eu vivi, e nesse caso não sei se estaria disposta a fazer parte delas.
Há que haver bom senso e não se pode generalizar. Há praxes boas e divertidas? Há. Há praxes que pensam nas questões sociais? Há. Eu própria durante a praxe já andei a bater de porta em porta a pedir alimentos que mais tarde seriam doados a uma instituição na época do Natal, e sei de outras casos que andam na mesma linha. Há praxes abusivas? Há. Há praxes sem sentido nenhum? Há.
A verdade é que essas praxes parvas e levadas ao extremo são "culpa de quem não sabe praxar, são uma vergonha para o traje", como refere o rap daquele Dux do IPB.
A verdade é que se se provar que aquilo que aconteceu no Meco foi devido à praxe, há que parar para pensar sobre o tema.

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